Roberto Rodrigues de Menezes.

Roberto Rodrigues de Menezes



terça-feira, 22 de março de 2011

Castorina Lobo de S.Thiago.

Professora formada pela saudosa e excelente Escola Normal, dedicou quarenta anos de sua vida ao magistério nas escolas públicas. Assumiu a regência de uma escola modelo aos quinze anos. Militou na imprensa, escrevendo em prosa e verso. Seu primeiro livro de poemas foi Rimas do Outono, muito bem recebido pela crítica literária. Nasceu na cidade de Tubarão aos 28 de dezembro de 1884.
Poetisa ligada ao parnasianismo, cultivou a forma e a métrica, especialmente do soneto. Rimava com perfeição. Publicou ainda Clarinadas e Aquarela da Vida, além de contribuir profusamente com artigos e poemas na imprensa de Florianópolis e do Estado. Sucedeu à também professora e poetisa Delminda Silveira na Academia Catarinense de Letras, sendo a titular da cadeira 10.
Faleceu em Blumenau, em 24 de agosto de 1974. Contava com bem vividos 90 anos.
Abaixo o poema Modernismo, publicado em Clarinadas.
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MODERNISMO
Senhores, já não entendo
a confusão desta gente,
que nesta quadra presente
seu bel prazer vai vivendo!...

O que é direito está torto,
o que é torto está direito.
O vício não é defeito;
faz parte, até, do bom gosto.

O verso já não é verso.
A música é batucada.
E nesta grande embrulhada
vai tudo pelo reverso.

Direi sem grande rodeio:
a pintura é borralheira;
a dança, que pasmaceira,
não passa de bamboleio.

Nem falta, agora, a escultura
que se inscreveu no batismo,
na febre do futurismo
que as artes vexa e tortura.

Moral já é passadismo.
Os filhos fazem o que entendem,
aos velhos pais repreendem,
que o bom senso é carrancismo.

Vai tudo na derrocada.
O sentimeno é pieguismo.
A fé em Deus - fanatismo
e a vida "modernizada".

Ninguém se vá espantar
que qualquer dia aconteça
andar por baixo a cabeça
e os pés virados pro ar!...
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Meus caros leitores, estes versos foram publicados em 1959. Imaginem o que diria hoje Dona Castorina, se visse num lampejo o ano de 2011 e a permissividade existente!...
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