Roberto Rodrigues de Menezes.

Roberto Rodrigues de Menezes



segunda-feira, 16 de julho de 2012

Contra toda esperança XVIII.



Armando Valladares foi preso político de Fidel Castro. Mofou 22 anos nas terríveis masmorras comunistas cubanas, apesar de ter sido condenado a 20  por somente divergir. Foi salvo pela interferência do presidente socialista francês Miterrand e pela grita internacional.
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Não só derramaram seu ódio doentio sobre mim,  como também sobre meus familiares. Sob a ameaça de encarcerar minha irmã, obrigaram minha mãe a escrever-me uma carta dizendo que eu era um inimigo do povo, que merecia a incomunicabilidade e que devia agradecer à revolução o que fazia por mim. Quando o major Guido me entregou a carta e terminei de lê-la, eu sabia que tinham conseguido a tal carta com ameaças. Em várias partes do texto ela repetia como era bom o comandante Blanco Fernandez. Fizeram isso para se deliciar vendo minha mãe elogiar o coronel que ordenava o tratamento repressivo que eu recebia. Sabiam que me dilaceravam vendo minha mãe defender um dos meus verdugos.
Eles chamavam minha irmã à sede da polícia política frequentemente, e se aproveitavam do fato de minha mãe estar só, para aterrorizá-la. Um dia, no meio do caminho, minha irmã encheu-se de coragem e voltou. Disse a si mesma que, se queriam ameaçá-la e interrogá-la, deveriam ir buscá-la em casa. E quando entrou, surpreendeu um dos oficiais da polícia ditando uma carta à minha mãe, dirigida à Anistia Internacional. Ao me reunir com minha família nos Estados Unidos, minha mãe me contou que a obrigaram a redigir e assinar muitas outras cartas, a fazer declarações - a pessoas estrangeiras que levavam à minha casa - desmentindo o que eu denunciava.
Quando minha irmã negou-se a ir à sede da polícia política, o coronel Blanco Fernandez foi buscá-la. Mostrou-lhe uma sentença em que era condenada a doze anos de cadeia, sem jamais ter sido julgada. Ela teve que pegar seus objetos pessoais e levaram-na para a prisão de mulheres. Mantiveram-na esperando até o anoitecer, com o pretexto de que faltavam uns trâmites. Depois a mandaram para casa, dizendo que no dia seguinte iriam buscá-la. Fizeram isso várias vezes. Devido a essa pressão, minha irmã acabou no psiquiatra e ainda hoje está em tratamento. 
Em uma ocasião, para lhe revistarem a bolsa, foi maltratada fisicamente pelo coronel Blanco Fernandez e pelo capitão Mentira. Minha velha mãe sofreu muitas ameaças.  Um dia, o capitão Mentira apresentou-se lá em casa e disse-lhes que renunciassem a sair do país, e que para meus familiares só havia três possibilidades:
1) transformarem-se em comunistas.
2) não conspirar contra a revolução.
3) sair de Cuba clandestinamente em um bote.
Toda essa perseguição contra pessoas indefesas.
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Faltam somente mais duas postagens para que eu termine a série "Contra toda esperança". Dedico-a ao Cardeal Arns, Dom Balduíno, frei Betto e Leonardo Boff, os grandes defensores de Castro no seio da Igreja no Brasil. Dedicar esta série ao PT, PC do B, Psol e PSTU é chover no molhado.
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